O Início do Início do Início.
Bom… se você tiver interesse em conhecer a história de um cara que já fez muita besteira na vida, mas também fez muita coisa maneira… que errou bastante, acertou outras vezes, e mesmo assim tem dado certo, então, boa leitura.
Não vou medir palavras. Vou escrever com a memória que tenho (que não é das melhores) e com a vontade de mostrar ao mundo que, mesmo fazendo tudo errado, ainda dá tempo de se consertar.
Me chamo Paulo, tenho 40 anos, muita gente diz que pareço ter 30 e poucos (obrigado!), mas é 40 mesmo. Com um pulmão castigado pelo cigarro, um fígado judiado pelo álcool… e vou parar por aqui porque tem coisa pior.
Não vou mentir, eu gostava daquela vida, o problema era o limite que eu não tinha.
Não tô aqui pra fazer papel de coach. Não vou te mandar acordar às 5h da manhã e seguir aquelas rotinas chatas. Hoje, eu vivo do Marketing digital. Sou pai do Noah (5 anos) e da Cecília (4). E sim, sou completamente apaixonado por eles.
Entre Mapas e Acordes
Meu pai foi músico. Depois largou tudo e foi empreender. Deu certo até certo ponto. Minha mãe era funcionária pública, cartografista do IBGE. Desenhava mapas.
Cresci cercado por música, ideias de negócios e mapas. Resultado? Me apaixonei pela música, aprendi a tocar bateria, guitarra, baixo, tive banda de rock. E também me apaixonei pelos mapas e conhecer o mundo virou uma obsessão.

O Tédio da Adolescência
Minha adolescência foi turbulenta. Meus pais viviam em pé de guerra. Meu pai se tornou uma pessoa violenta, não aceitava meu envolvimento com música. Mas o rock entrou na minha vida como uma flecha, e não teve volta.
Comecei a produzir pequenas festas e eventos de rock, fiquei conhecido no bairro. Também editei jornal, fanzine…fiz de tudo um pouco. Mas sentia que as pessoas ao meu redor não compartilhavam a mesma empolgação. Fui me entediando… e aí veio o estalo.
Adeus, Brasil

Num dado momento, decidi colocar uma mochila nas costas e sair pelo mundo. Sem grana, sem inglês, só com o meu bom e velho “carioquês”.
Vendi tudo: guitarra, CDs, roupas… juntei uma grana, li umas coisas na internet (que no fim não serviram pra nada) e fui com a cara e a coragem. Era 2008, nem existia smartphone.
Passei por São Paulo, Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia e Peru. Voltei pro Brasil quatro meses depois… mas não dava mais pra parar. Vivi tanta coisa incrível, que decidi fazer do mundo o meu quintal.
Logo depois, Estados Unidos: dormi na rua em Los Angeles, cortei grama em Bel Air, andei pela Calçada da Fama sem dinheiro pra comprar uma bala. Depois veio Israel, morei num kibutz em frente à Faixa de Gaza. Em seguida, Egito, Qatar…
Voltei. E mais uma vez, não aguentei ficar. Fui pra Londres e ali morei por 1 ano e meio. Trabalhei, passei frio, falava inglês fluente, morava com uma namorada. E ali começava a planejar estudar cinema, outro sonho que acho que não fale no inicio, em Londres eu já tinha me estabelecido e parecia que dessa vez eu tinha conseguido um lar fora do meu saudoso Rio.
Mas…
A ligação
Uma ligação do Brasil mudou tudo: minha mãe estava com câncer. Me organizei, economizei e voltei. Como? Viajando de ônibus pela Bélgica, Países Baixos, França e Itália. De lá, um cruzeiro promocional que me levou ao Brasil em 12 dias.
Voltei pelo amor à minha mãe.
Essa viagem de volta também rendeu muita história, não tem como contar por aqui e outras são censuradas mesmo haha
Mas o fato é que tinha fé que iria voltar e consertar as coisas, ajudar minha coroa e seguir a vida.
A perda.
Lutei ao lado dela contra o câncer por um ano. Ela era minha melhor amiga, minha parceira, minha inspiração. Mas em dezembro de 2013, ela partiu. O dia mais triste da minha vida.
A depressão
2014 foi o fundo do poço. Não saía da cama. Sem grana, sem perspectiva. Minha família se desfez. Meu pai seguiu outra vida, minha irmã também. Não sobrou nada. Só dor.
A Primeira Virada

Em 2015, resolvi juntar meus cacos. Saí de casa, fui ver o que estava rolando no mundo. Encontrei as batalhas de rima de rap nas praças. Me encantei.
Tive uma ideia: a Batalha 50 Cents — a entrada custava 50 centavos e o MC vencedor levava a bilheteria. Eu ganhava com o bar.
Simples. Genial.
Quando mostrei para algumas pessoas, todos acharam uma ideia idiota, eu não!
E deu certo! Em poucos meses, o evento ficou famoso no Rio. Saímos na capa do jornal Extra do Globo, de 300 pessoas fomos pra mais de 2.000 por semana. Trabalhei com a prefeitura, ganhei moção de louvor… uma loucura. 6 meses antes eu mal saía da cama.
Produzi grandes eventos, virei referência na cena em 2015, 2016, 2017.
Pouca gente sabe, mas artistas como Major RD, xamã, entre outros saíram dali eu fui o cara que deu o primeiro palco para eles, é muita história também haha Mas eu abandonei a cena do rap por outros motivos que não cabem nesse texto.
Link do Reel no Luciano Hulk e Danilo gentili falando sobre o evento >> Reels
A Queda
Mas com o sucesso vieram os excessos: álcool, drogas, desorganização. Briguei com a equipe, perdi o rumo. No fim de 2018, já não era mais o mesmo. Em 2019, caí de novo. Fundo do poço mais uma vez.
Em maio, no meio do caos, descobri: seria pai.
O Filho e a Pandemia

Parei tudo. Pensei: “Tenho uma graninha guardada. Assim que o bebê nascer, volto com tudo.” E em dezembro, nasceu o Noah. O dia mais feliz da minha vida.
Comecei dirigir Uber. Me virava como podia.
Mas aí veio a pandemia.
Sem eventos, sem renda, contando moedas pra comprar legumes. Fiz iFood, Uber… tudo. Nunca tinha vivido algo tão difícil financeiramente. Na minha vida eu sempre dei meu jeito de fazer dinheiro.
O Digital Entra em Cena
Lembrei de um livro que li nos EUA: Trabalhe 4 Horas por Semana, do Tim Ferris. Na época achei uma besteira. Mas agora, trancado em casa, comecei a estudar Marketing Digital.
Assisti tudo. Li tudo. Mas não aplicava nada. Acumulava conhecimento. Todos diziam que eu tava maluco.
Em 2021 e 2022, nada. Estagnado. Minha vida conjugal uma bagunça. E no meio do caos, nasceu a Cecília minha caçula
Sobrevivemos graças a uma grana que guardei. Mas ela também acabou. Mas agora. apandemia já estava no fim…
A segunda virada
Em 2023, falei pra mim mesmo: agora vai. Parei de inventar moda e comecei a prestar serviços com o que sabia. Marketing pra pequenos negócios, depois empresas, políticos… e começou a dar certo.
Comprei um curso de R$ 397. A partir dali, aprendi tudo. Não era o curso em si, era eu, finalmente aplicando. Hoje sempre digo isso, um bom curso ajuda, mas não vale nada se você não tomar a frente e aplicar.
A Nova Mudança

Mesmo com o dinheiro entrando, algo faltava. Sentia que podia me perder de novo. Lembrei de Cabo Frio, uma pequena linda cidade no litoral fluminense que minha mãe amava, pois tinha passado sua infância e toda família de parte materna era dessa cidade. Dirigi 5 horas até lá. Entrei num hotel e topei um cargo de auxiliar de marketing, ganhando 3x menos que no Rio. Aceitei me organizei e me mudei com a cara e a coragem, larguei um ap confortável no Rio para uma kitiket vazia.
Mas ali, recomecei.
Escrevi um projeto, criei um setor de marketing do zero, fui promovido a coordenador em 6 meses. Levei toda a família pra lá. Precisava provar pra mim mesmo que era capaz.
E tudo voltava. adar certo mais uma vez. Eu estava feliz.
O Agora
Hoje tenho 40 anos. Passei por tudo isso. E agora, decidi focar totalmente no meu projeto digital. Já está dando tão certo que até eu me surpreendo.
Tenho tempo para os meus filhos, dou longas caminhadas pela manhã nas praias, que são lindas por aqui.
Moro numa cidade pequena. Minha filha está linda. Meu filho, diagnosticado com TEA, é uma das razões de tudo isso. Também lindo e cheio de saúde.
O Marketing Digital me devolveu a dignidade. E antes do dinheiro, me devolveu o direito de sonhar.
Hoje, trabalho duro para criar conteúdo e ajudar outras pessoas a também viverem desse mercado.
Se você leu até aqui: não desista. Cada um tem sua história. E se eu puder ajudar de alguma forma, conte comigo.
Com carinho,
Paulo Bessy
Aqui esta o curso que me ensinou tudo.